sábado, 23 de maio de 2009

Preso no Brasil(SP) um dos chefes da máfia italiana


O chefe mafioso Leonardo Badalamenti, de 49 anos, foi preso 5ª feira (21) pela Interpol no bairro da Bela Vista, região central de São Paulo.

Filho de Gaetano Badalamenti, o poderoso Dom Tano, do clã de Cinisi, na Sicília, Leonardo estava escondido no Brasil há 15 anos. Usava a identidade de Carlos Massetti, se dizia brasileiro e comerciante, mas controlava o esquema montado pela Máfia para tentar aplicar um golpe bilionário no mercado financeiro internacional.

Badalamenti foi um dos 20 alvos da Operação Cento Passi (cem passos, em português), deflagrada pela polícia italiana e pela Interpol para apurar crimes de corrupção, fraude financeira e desmantelar a organização mafiosa com ramificações na Itália, Espanha, EUA, Venezuela e Brasil. A Justiça determinou sequestro de bens e contas dos envolvidos, no valor de mais de 5 milhões.

A informação de que Leonardo estava escondido em São Paulo chegou ao escritório da Interpol em Brasília há uma semana. Com as primeiras pistas repassadas pela Procuradoria Antimáfia de Palermo, capital da região da Sicília, na Itália, agentes brasileiros passaram a investigar a vida do mafioso em São Paulo Enquanto isso, a Secretaria Nacional de Justiça montou o processo e encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido de extradição do mafioso. A ordem de prisão foi expedida esta semana pelo ministro Ricardo Lewandowski.

Desde 2004 procuradores antimáfia tinham indícios de que Leonardo estaria no Brasil. Num telefonema interceptado à época, o "brasileiro Carlos Massetti" pedia ajuda a mafiosos sicilianos para libertar seu pai da prisão. Condenado a 45 anos, o chefão Gaetano Badalamenti cumpria pena por tráfico de drogas em New Jersey (EUA) e estava gravemente doente - ele morreria em abril daquele ano. Com o decorrer da investigação, os italianos tiveram certeza de que Massetti era Leonardo.

No Brasil, o mafioso levava uma vida pacata. Se casou, teve um filho, mas vivia separado. Em depoimento à Interpol, Leonardo disse que trabalhava como comerciante, atuando no ramo de importação e exportação. "Não sabemos ainda se a família sabia quem ele era", afirmou a delegada federal Patrícia Zucca, responsável pela prisão. Soraia, a ex-mulher de Leonardo, diz que seu marido é inocente. "Prenderam o cara errado." Leonardo foi capturado quando caminhava na rua, logo depois de deixar o sobrado em que vivia.

Para o diretor da Interpol no Brasil, delegado federal Jorge Pontes, Leonardo representa um caso típico de "lavagem de identidade". "Assim como os nazistas, ele criou uma identidade. Um dos mais notórios mafiosos vivia tranquilo no Brasil." Leonardo acabou autuado em flagrante por uso de documento falso, mas a Interpol e a Polícia Federal ainda investigam se ele teria cometido outros crimes no País.(AE)

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