domingo, 12 de abril de 2009

Lendas Urbanas - O Mendigo Macabro !


Lenda Curitibana da década de 80.

No século dezenove havia um mendigo louco ,
Porém , que incomodava muito pouco !

Ele vivia com uma boneca nos seus braços ...
Que era tratada entre beijos e abraços !
Ele dizia para todos que a boneca era sua criança
Com o olhar radiante e cheio de esperança !

Mas , um dia apareceu um cruel bandido ...
Que numa briga deixou este mendigo tão ferido !
Então , no meio de tanta ferida e tanto tormento ...
O pobre mendigo acabou morrendo !

Porém , o fantasma do mendigo voltou ...
No século vinte , bem nos anos oitenta , que já passou !
Dizem , que ele batia no portão sem paciência ,
De qualquer tipo de residência ,

Com uma criatura enrolada num pano ,
Que parecia ser um bebê sem engano !
Assim , que o morador atendia ,
O mendigo falava , deste jeito , sem harmonia :

"- Preciso de uma esmola qualquer ...
Você pode dar o que puder !
Mas , se você não me der nada , me deixando só na lembrança ...
Eu mato na sua frente , esta inocente criança".

Então , o ingênuo morador ...
Temendo ver uma grande dor ...
Para o mendigo dava bola ...
Oferecendo qualquer tipo de esmola !

Mas , quando o mendigo recebia a oferta ...
Ele mesmo agia de forma maldosa e esperta ...
Tirando a manta da pobre criatura ,
Que não era um bebê , mas uma boneca pura ...

E assim , o mendigo falava sem piedade :
"Esta criatura não é um bebê de verdade ...
Porém uma boneca , seu covarde ! "

Após falar estas palavras sem fantasia ...
O mendigo , na frente da pessoa , desaparecia .



Fonte: fadapoesia@yahoo.com.br

Vida Marinha - Imagens


Imagens marinhas feitas pelo fotógrafo David Wrobel:




























Fonte: www.usatoday.com

Vida Marinha - Batom Vermelho

©Birgitte Wilms/Minden Pictures - National Geographic

O peixinho simpático aí em cima tem um nome bem sugestivo, peixe morcego de batom rosa (rosy-lipped batfish – Ogcocephalus porrectus), e é encontrado na Costa Rica. A espécie mais próxima dele é o peixe de batom vermelho (red-lipped batfish - Ogcocephalus darwini), nativo de Galápagos, como se percebe pelo nome.


A boca avermelhada, o nariz estranho e o bigode por fazer são parte da estratégia de caça deles. Eles ficam parados no fundo do mar e o focinho possui um prolongamento que balança para lá e para cá. Quando um peixe desavisado chega perto atraído pela isca, leva o bote.

Como eles passa grande parte do tempo no funco do mar, as nadadeiras peitorais funcionam como patas, que proporcionam uma locomoção bem desajeitada. Você pode conferir no vídeo - que também mostra um outro peixe bem simpático, o peixe sapo, que usa a mesma estratégia de ficar parado e dar o bote na presa.



Fonte: National Geographic

Abelha Cocainada !!!


A cocaína age no nosso cérebro superestimulando o centro de recompensa, por isso é tão viciante.

Ela é produzida pela planta da coca para evitar a predação por insetos, e se imaginava que ela não agia da mesma forma neles e nos mamíferos. Mas pelo menos nas abelhas age sim.

Quando uma abelha forrageadora encontra néctar, seu sistema de recompensa é ativado e ela volta para a colméia e realiza a famosa dancinha que avisa as companheiras a localização e a qualidade da fonte de néctar. O vídeo lá embaixo mostra a dancinha delas.



Ao aplicarem cocaína nas costas das abelhas que viram uma fonte de néctar, quando elas chegavam de volta nas colméias faziam uma dança muito mais empolgada, indicando uma qualidade da fonte muito maior do que realmente eram. Além disso, elas se tornaram dependentes das drogas, dependendo de novas doses para poderem realizar tarefas que antes fariam facilmente.



Fonte: Barron, Andrew B., Ryszard Maleszka, Paul G. Helliwell, and Gene E. Robinson. “Effects of cocaine on honey bee dance behaviour.” J Exp Biol 212, no. 2 (January 15, 2009): 163-168. doi:10.1242/jeb.025361.

Plantas Carnívoras - Dionaea muscipula


Chamada por Darwin de "uma das plantas mais maravilhosas do mundo", também conhecida como Vênus Papa-moscas ou planta da boquinha.

As plantas carnívoras têm muito mais em comum com outras plantas do que se pode imaginar. Elas também realizam fotossíntese, captando CO2 do ar e sais minerais do solo. Então elas são carnívoras por quê? O solo onde ficam costuma ser pobre em nutrientes, de maneira que a apreensão e digestão de pequenos animais complementa a deficiência do substrato.



A papa-mosca é nativa do leste dos Estados Unidos, da região dos estados da Carolina do Norte e Carolina do Sul. Ela possui uma folha modificada, onde o pecíolo que normalmente forma a base da planta passa a fazer a fotossíntese e o limbo é modificado em dois lóbulos que formam a armadilha. Ao contrário do que muitos gostariam, sua folha normalmente não passa de 10cm de comprimento. Sua armadilha possui de 15 a 20 cílios que impedem a saída da presa. Próximas à borda existem glândulas secretoras de néctar, as quais junto ao pigmento antocianina que dá acor avermelhada, atraem os insetos e pequenos artrópodes que servem de presa.


Para que a armadilha se feche, são necessários diferentes estímulos que aumentam as chances de uma captura bem sucedida. Antes de mais nada, a folha percebe a presa por pêlos-gatilho, que ficam a uma distância da glândulas tal que animais pequenos demais, que não valeriam a pena o processo de digestão (este consome muita energia) não acionam os gatilhos. Quando a presa é grande o suficiente, ela atinge o gatilho, mas isso ainda não é o suficiente, como forma de garantir que trata-se de um animal, e não uma gota de chuva por exemplo, o gatilho normalmente precisa de um segundo estímulo, ou outro gatilho precisa se tocado (dentro de um período de cerca de 20s, quanto antes o segundo estímulo mais rápido se dá o fechamento). Após o acionamento, se dá uma comunicação por cálcio e outros sinalizadores (este mecanismo ainda não está completamente elucidado) que promovem o fechamento da armadilha.



O mecanismo do fechamento foi recentemente elucidado por pesquisadores da universidade de Harvad, que propuseram uma mudança conformacional dos lóbulos movida por energia elástica: os lóbulos têm duas conformações, uma convexa, que é adotada quando a folha está aberta e outra côncava. Quando os gatilhos disparam a mensagem, a folha passa a dissipar a água que mantém a pressão que dá o formato convexo, com isso, o lóbulo passa para o outro estado, o convexo. Essa mudança é rápida e se dá em até um décimo de segundo.



Quando fechada a armadilha ainda mantém um espaço entre os cílios que permite a saída de animais muito pequenos. Se os estímulos mecânicos e químicos continuarem, indicando que a presa é grande o suficiente para não escapar, o fechamento se completa e a digestão começa. Na parte interna dos lóbulos, existem várias glândulas digestivas que liberam enzimas que vão degradar as partes macias dos artrópodes. O exoesqueleto feito de quitina não é digerido e permanece quando a armadilha é aberta, sendo levado pelo vento ou pelo chuva. Essa etapa dura entre dois e doze dias, dependendo da temperatura e do tamanho da presa.



Feita a digestão a armadilha volta a se abrir, desta vez lentamente devido à hidratação, ganhando tamanho durante o processo. As folhas podem se fechar apenas algumas vezes (uma única se a presa for muito grande) e conforme amadurecem perdem a capacidade de apreensão e apodrecem.

Fontes:
Botanical Society of America
International Carnivorous Plant Society
Dicas de cultivo

Mar Luminoso ???


Já ouviu falar do Mar Luminoso? Não? E de bioluminescência? Bioluminescência é a produção de luz por seres vivos, como o vaga-lume faz para atrair companhia.


Vaga-lumes são a o contato mais comum com isso, mas se você tem sorte, já presenciou isso na praia. Trata-se na maioria das vezes de noctilucas, um grupo de organismos dinoflagelados -seres vivos unicelulares, responsáveis entre outras coisas pelas marés vermelhas.



Os dinoflagelados produzem luz através de uma enzima chamada luciferase, um mecanismo diferente do dos vaga-lumes. Essa luz só é visível durante a noite, e é produzida em resposta ao contato, como na onda lá em cima, ou o barco em no vídeo que você vê clicando no continue lendo, o facho de luz que se forma com as marolas é fantástico. Mas não se compara com o fenômeno que você vê abaixo:

Mar luminoso é o nome que se dá para quando o mar brilha durante a noite, até durante dias, e por vastas extensões. Segundo o relato dos marinheiros, o oceano fica com uma luminosidade branca (que na verdade é azul, mas por ser fraca, só estimula os receptores de claro e escuro da nossa retina, e não os de cor), dando a impressão de se estar navegando em uma nuvem. Esse mar luminoso da figura acima foi grande o suficiente para ser fotografado por um satélite.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia discutiam o fênomeno do mar luminoso, quando tiveram a idéia de procurar uma fotografia feita por satélite. Começaram a buscar registros de navios que tivessem visualizado o evento, e encontraram um relato de janeiro de 2005, na costa da África, que descrevia uma travessia de 6 horas pelo mar luminoso. Uma foto de satélite da região, daquela noite, mostrava uma mancha naquele exato ponto, com uma largura de 100 quilômetros, que batia com a rota do navio.



Como noctilucas só brilham quando estimulados, e aquele mar luminoso durou cerca de dois dias, concluiu-se que quem deve ter produzido aquela luz, são outras cadidatas, as bactérias. Acontece que, as bactérias conhecidas só produzem luz quando atingem concentrações populacionais muito altas. Respeitando essa proporção necessária, e as dimensões do brilho capturado pela foto, devem ser cerca de 10²² bactérias! Difícil pensar nesse número? Ok, são bactérias suficientes para cobrir o Planeta Terra com uma camada de 10cm. Muito, muito, muito grande esse número, mas está lá o registro, 2 dias e 125 anos depois do mesmo evento no livro "20 mil Léguas Submarinas" de Júlio Verne, uma feliz coincidência.



Mar luminoso é o nome que se dá para quando o mar brilha durante a noite, até durante dias, e por vastas extensões. Segundo o relato dos marinheiros, o oceano fica com uma luminosidade branca (que na verdade é azul, mas por ser fraca, só estimula os receptores de claro e escuro da nossa retina, e não os de cor), dando a impressão de se estar navegando em uma nuvem. Esse mar luminoso da figura acima foi grande o suficiente para ser fotografado por um satélite.



Pesquisadores da Universidade da Califórnia discutiam o fênomeno do mar luminoso, quando tiveram a idéia de procurar uma fotografia feita por satélite. Começaram a buscar registros de navios que tivessem visualizado o evento, e encontraram um relato de janeiro de 2005, na costa da África, que descrevia uma travessia de 6 horas pelo mar luminoso. Uma foto de satélite da região, daquela noite, mostrava uma mancha naquele exato ponto, com uma largura de 100 quilômetros, que batia com a rota do navio.



Como noctilucas só brilham quando estimulados, e aquele mar luminoso durou cerca de dois dias, concluiu-se que quem deve ter produzido aquela luz, são outras cadidatas, as bactérias. Acontece que, as bactérias conhecidas só produzem luz quando atingem concentrações populacionais muito altas. Respeitando essa proporção necessária, e as dimensões do brilho capturado pela foto, devem ser cerca de 10²² bactérias! Difícil pensar nesse número? Ok, são bactérias suficientes para cobrir o Planeta Terra com uma camada de 10cm. Muito, muito, muito grande esse número, mas está lá o registro, 2 dias e 125 anos depois do mesmo evento no livro "20 mil Léguas Submarinas" de Júlio Verne, uma feliz coincidência.



Arsênio, o que não mata, engorda

Você conhece o arsênio? Um elemento químico inodoro (ou com um cheiro parecido com o de alho quando combinado em certos minerais), de cor metálica presente em uma série de compostos?


Muito utilizado no passado como pesticida geral, e em pequenas concentrações como remédio contra infecções. Pequenas concentrações por uma boa razão, ele é um potente veneno. Age na cadeia respiratória celular, impedindo a produção de energia nas mitocôndrias, causando morte celular. Seus sintomas podem ser confundidos com os de doenças em geral, o que garantiu um amplo uso do arsênio como catalisador de relações de poder. É conhecido como veneno dos reis, e com certeza participou de muitos eventos de sucesão de herdeiros.

Agora que tal usar o arsênio para viver? O mesmo arsênio que atrapalha a nossa cadeia respiratória, processo pelo qual utilizamos o oxigênio para retirar energia da glicose, pode ser usado por bactérias e árqueas (procariontes descobertos recentemente, diferentes das bactérias) como receptor de elétrons. Ao invés de doar elétrons para o oxigênio, transformando CO2 em O2, elas são capazes de doar elétrons para o arsênio transformando As(V) em As(III).Além de receptor de elétrons, ele também pode servir de doador.

Em mais uma demonstração da extrema diversidade e capacidade metabólica dos microorganismos, foi descoberto recentemente que bactérias são capazes de utilizar arsênio para fazer fotossíntese, da mesma forma que plantas utilizam a água, como doador de elétrons. Amostras de poças da região vulcânica de Mono Lake, na Califórnia, com temperaturas que variavam de 43 a 67°C, mostraram que quando expostas a luz, as bactérias que vivem nessas águas com concentrações altas de arsênio, são capazes de fixar carbono oxidando a substância venenosa.




Cada vez mais, percebemos o quão diversa a vida pode ser, e o quão limitada é a nossa visão do que é necessário para a manutenção da mesma. Os microorganismos são capazes de utilizar muitos minerais para seu metabolismo e suportar condições extremas salinidade, pH, temperatura e pressão. Esse tipo de descoberta só me faz acreditar mais na possibilidade de vida fora da Terra, embora duvide muito da existência de vida inteligente, mesmo aqui ela é muito rara.

Fonte:
Arsenic(III) Fuels Anoxygenic Photosynthesis in Hot Spring Biofilms from Mono Lake, California
T. R. Kulp, S. E. Hoeft, M. Asao, M. T. Madigan, J. T. Hollibaugh, J. C. Fisher, J. F. Stolz, C. W. Culbertson, L. G. Miller, and R. S. Oremland. Science 321 (5891), 967. DOI: 10.1126/science.1160799