segunda-feira, 30 de março de 2009

Elementos básicos da criação

Os elementais são seres puros e co-criadores da natureza, cada qual responsável por uma atribuição, conforme o elemento a que pertencem. Os elementos básicos da criação são: terra, ar, fogo e água.


Os reinos elementais são regidos pelas leis naturais da Deusa e do Deus que, junto com o Poder maior da Criação, formam uma tríade sagrada, onde os espíritos da natureza, manifestam-se sob formas e funções específicas para a harmonia e a manutenção de todo o Planeta.

O Reino elemental canaliza a energia através do pensamento, mantendo um determinado padrão vibracional. Os elementais captam todas as vibrações dos seres humanos, mas somente aqueles que possuem o coração puro, como de uma criança, conseguem entrar em contato com esses seres maravilhosos.

Os elementais sagrados não são apenas aquelas "belas criaturas" idealizadas por muitos e que, normalmente, vemos estampadas em livros e lojas esotéricas, mas sim, representantes dos elementos básicos da criação e, como tal, fundamentais para o equilíbrio e a continuidade de toda a existência.

Acessar um ser elemental, não é apenas um ato magístico, mas um ato necessário para o nosso equilíbrio interior e também exterior. Podemos observar que interiormente possuímos todos os elementos condensados dentro de nós. O ideal é vivenciarmos todos os elementos, seja através do contato com a terra, o ar, o fogo ou água e assim percebermos quando algum excesso ou falta estiver presente. Esse é o verdadeiro contato com o nosso elemental sagrado.

Pensando por este aspecto, somos a terra, representada pelo estômago que tem a função de digerir alimentos sólidos provenientes do solo. Somos o ar, quando respiramos e assim o inalamos através dos pulmões, o combustível necessário para que a máquina, chamada corpo físico, se movimente.

Somos o fogo, quando dançamos, corremos e nos apaixonamos, pois o coração é o símbolo dessa energia, que movimenta o sangue pelas artérias e veias do nosso corpo. Somos quase 90% de água circulante em todo o organismo, além de nascermos através desse elemento. E somos também o éter espiritual da quintessência elemental. Que assim seja!

Elemento Terra


O saber, o escudo, o norte, o urso, a cor verde, Formalhaut, Vento Norte ou Boreas, as mãos espalmadas e voltadas para o chão. Seu símbolo é representado por um triângulo cortado apontando para baixo.
Elementais da terra: gnomos e duendes. Regente elemental: Gob, sendo os gnomos responsáveis pela construção de minérios e os duendes responsáveis pelo desenvolvimento das ervas e plantas no geral.

Buscar não apenas o equilíbrio através dos elementais, mas a sabedoria daqueles que buscam a força da terra para evoluir, assim como os druidas, temos outras civilizações que podemos usar como exemplo. No Antigo Egito, a figura de Kan assumiu o nome de Toth, que mais tarde os gregos associaram a um Deus do Olímpio chamado Hermes. Parte dos ensinamentos de Toth está com o nome de Hermes, conhecido também pelo nome de Hermes Trismegisto ou Mercúrio, o Mensageiro dos Deuses.

Os ensinamentos de Toth, impropriamente chamado de Hermes, estão expostos em muitos papiros, sendo os mais conhecidos deles são: "Tábua de Esmeralda" e "Pistis Sóphia".

Resumindo, é através do equilíbrio de todas as forças, tanto acima como abaixo, que materializamos nossos sonhos. De nada adianta possuir o intelecto mental, a energia e a coragem da realização, o equilíbrio das emoções, se não estivermos centrados no momento presente, ou seja, o aqui e agora.

Elemento Ar


O querer, a espada, o leste, as pássaros, a cor amarela, Aldebaran, Vento Leste ou Eurus, palma das mãos voltadas para cima na altura dos ombros. Seu símbolo é representado por um triângulo cortado apontando para cima.

Elementais do ar: silfos e fadas. Regente elemental: Paralda, sendo os silfos responsáveis pela purificação das atmosferas mais baixas e as fadas pelo equilíbrio mental pessoal.

A sintonia com os elementais do ar confere acesso à inspiração e às faculdades mentais. Ajuda a coordenar e verbalizar as nossas percepções mais sutis. Estimula a liberdade e o equilíbrio mental.

Temos também os elfos, que são elementais muito semelhantes aos silfos, sem forma corpórea definida, pois aparecem da combinação do Ar e do Fogo. Nestes predomina a ordem mental e o envolvimento social. Para recarregar o seu elemento primordial, que é o ar e o fogo, e assim fortalecer o silfo pessoal, é preciso o contato com o ar puro e eletricamente carregado, presente nas tempestades.

Elemento Fogo


O ousar, a lança, o sul, leão ou dragão, a cor vermelha, Regulus, Vento Sul ou Notus, as mãos fechadas em punho. Seu símbolo é representado pelo triângulo para cima.

Elementais do fogo: salamandras e salandrios. Regente elemental: Djim e são responsáveis pelas temperaturas mais elevadas do ambiente.

Sendo considerado o elemento fogo o mais intenso dos elementais, responsável pelas das transmutações, transformações, transições, mudanças, progresso, determinação, assim como, a guerra, vingança, luxúria, paixão e por aí vai. Sua força luminosa indica o caminho a ser seguido por aqueles que conhecem e praticam os ensinamentos do universo. O fogo é a chama que acende dentro de nós o amor, faz brilhar nossa aura e nossos olhos, revelando a força de nosso espírito, e nos conduzindo à sabedoria interior.

As salamandras reinam em um corpo totalmente de fogo, assim como toda a sua essência, tem o poder de transformar e desencadear tanto emoções positivas quanto negativas. Paracelso afirma que muitas salamandras são vistas na forma de bolas ou línguas de fogo correndo através dos campos e irrompendo nas casas através das lareiras. Elas possuem especial influência sobre as criaturas de temperamento ígneo e tempestuoso.

Elemento Água


O calar, a taça, o oeste, golfinhos, a cor azul, Antares, Vento Oeste ou Zéfiros, as mãos em forma de concha na altura do abdome. Seu símbolo é representado pelo triângulo voltado para baixo.

Elementais da água: ondinas. Regente elemental: Necksa, sendo as ondinas responsáveis pela depuração ou purificação das águas.

As ondinas despertam e estimulam a natureza emotiva, realçando nossa intuição e a nossa sensibilidade, além das energias da criação e do nascimento, bem como a premonição e imaginação criativa.

As ondinas freqüentemente fazem sentir sua presença, no plano onírico. Sonhos em ambientes aquáticos ou que transbordem sensualidade, aumentando a criatividade em nossas vidas.

A sintonia com a sua ondina pessoal melhora o desempenho das funções da circulação dos fluidos corporais, tais como, o sangue e a linfa. A retenção de água no organismo é indício de desequilíbrio desse elemento, quando isso ocorre, passamos a maior parte do tempo concentrados em nossos pensamentos nos esquecendo do sentimentos.

O excesso do elemento água, nos torna muito passionais, além de gerar exagerada sensualidade, medo e isolamento. Certas lendas afirmam que elas podem viver algum tempo entre os homens, embora acabem sempre cedendo ao chamado das águas e retornando para os rios ou para o mar.

Aliás, muitas ondinas tem estatura semelhante à nossa, como as sereias citadas em várias lendas. Mas há ondinas menores, como as que habitam riachos e fontes, e outras muito diminutas, que vivem nas folhas flutuantes e nas minúsculos musgos criados pelas quedas d'água. A água realmente é um mistério divino da criação da Grande Mãe.

E finalmente, o éter que é unificado nessa existência física, dinamizado e representado pela união de todos os elementos. No livro Alquimista, Paracelso cita: "Toda natureza invisível se movimenta através da imaginação. Se a imaginação fosse forte o suficiente, nada seria impossível, porque ela é a origem de toda magia, de toda ação através da qual o invisível, de um ou outro modo, deixa seu rastro no visível. A energia da verdadeira imaginação pode transformar nossos corpos, e até influenciar no paraíso"...




O Caminho de Santiago de Compostela

O Caminho de Santiago de Compostela é uma rota secular de peregrinação religiosa, que se estende por toda a Península Ibérica até a cidade de Santiago de Compostela, localizada no extremo Oeste da Espanha, onde se encontra o túmulo do apóstolo Tiago.


Tiago foi um pescador que vivia às margens do lago Tiberíades; filho de Zebedeo e Salomé, e irmão de João O Evangelista. Segundo a tradição, após a dispersão dos apóstolos pelo mundo, Tiago foi pregar o evangelho na província romana da Galícia, extremo oeste espanhol. De volta a Jerusalém, o apóstolo foi perseguido, preso e decapitado a mando de Herodes no ano 44. Seus restos foram lançados para fora das muralhas da cidade. Os discípulos Teodoro e Atanásio recolheram seu corpo e levaram-no de volta para o Ocidente, aportando na costa espanhola, na cidade de Iria Flavia.

O corpo do apóstolo foi sepultado secretamente num bosque chamado Libredón. Assim, o local permaneceu oculto durante oito séculos. Uma certa noite, o ermitão Pelayo observou um fenômeno que ocorria neste bosque: uma chuva de estrelas se derramava sobre um mesmo ponto do Libredón, proporcionando uma luminosidade intensa. Tomando conhecimento das ocorrências, o bispo de Iria Flavia, Teodomiro, ordenou que fossem feitas escavações no local. Assim, no dia 25 de Julho de (provavelmente) 813, foi encontrada uma arca de mármore com os restos do apóstolo Tiago Maior.

A notícia se espalhou rapidamente, e o local passou a ser visitado por andarilhos de toda a Europa a fim de conhecer o sepulcro do Santo. A quantidade de peregrinos aumentava intensamente a cada ano. Nobres e camponeses dirigiam-se em caravanas, caminhando ou cavalgando em busca de bênçãos, cura para as enfermidades, cumprir promessas ou apenas aventuravam-se em terras distantes.

O rei Afonso II ordenou que no local da descoberta fosse erigida uma capela em honra a São Tiago, proclamando-o guardião e padroeiro de todo o seu reino. Em pouco tempo, uma cidade foi erguida em torno daquele bosque, e denominada Compostela. A origem etimológica do nome remete ao latim: Campus Stellae, ou Campo das Estrelas, e assim a junção final: Compostela.

No ano de 899, Afonso III construiu uma basílica sobre o rústico templo erguido por seu antecessor. Porém, oitos anos mais tarde, a basílica foi saqueada pelo árabe Almanzor, que respeitosamente, preservou as relíquias do apóstolo. Em 1075, iniciou-se a construção da atual catedral, cinco vezes maior que a anterior.
Os Caminhos do Caminho

O Caminho de Santiago possui - em sua maior parte - um aspecto medieval. As catedrais góticas e românicas, mosteiros e capelas, castelos e aldeias celtas distribuem-se ao longo do percurso.

O apogeu das peregrinações ocorreu nos séculos XII e XIII. As quatro principais rotas tiveram origem neste período. Mesmo partindo de pontos diferentes, todas entravam na Península Ibérica através dos Pirineus. A partir de Puente la Reina o trajeto é o mesmo, com exceção de alguns ramais secundários. As rotas modernas iniciam-se também em cidades como Saint-Jean-Pied-de-Port, na França.


A partir do século XIV, houve uma sensível redução de peregrinos que se aventuravam pelo Caminho. Porém, no século XX o Caminho de Santiago foi "ressuscitado" e voltou a ser umas das principais rotas religiosas da história. Atualmente, é comum encontrar os peregrinos modernos, que percorrem o Caminho de carro ou bicicleta, ou simplesmente aqueles que visitam a Catedral e o túmulo do Apóstolo São Tiago.

Geralmente, o viajante carrega consigo uma concha (conhecida também por Vieira) que possui vários significados. Segundo a lenda, um homem percorria o Caminho a cavalo, quando repentinamente o animal disparou em direção ao mar. O peregrino evocou Santiago, e uma forte onda devolveu-o a terra firme. Retomada a consciência, o peregrino percebeu que seu manto estava repleto de conchas. Assim, a Vieira assumiu um significado de proteção, que também está associada ao Graal. Simboliza, para o viajante, absorver a sabedoria e a entidade de Cristo como seu Eu Superior.

Durante todo o percurso, existem albergues instalados em velhas construções medievais, destinados especialmente a atender os peregrinos. Além de hotéis, pousadas, e os próprios habitantes que cedem suas casas como abrigo. O peregrino carrega consigo uma credencial, que deve ser carimbada em igrejas ou no órgão de turismo correspondente ao local. Munido de um mapa, o viajante também conta com as discretas setas pintadas em rochas, muros e árvores, que funcionam como um guia constante, e evitam que o aventureiro se perca. Ao concluir o Caminho chegando à Catedral de Santiago, o peregrino apresenta a credencial e recebe a Compostelana, uma espécie de certificado de que todo o percurso foi concluído.

No Brasil, a popularização do Caminho deve-se principalmente ao escritor Paulo Coelho, que lançou o livro O Diário de um Mago. Nesta obra, o autor narra as experi-ências místicas vivenciadas em sua peregri-nação em 1989. Além de Paulo Coelho, a cantora Baby do Brasil escreveu Peregrina – Meu Caminho no Caminho, onde também é descrita sua trajetória até Compostela. Mas a literatura brasileira abriga outros títulos que servem de incentivo e preparação para aqueles que se dispuserem a caminhar mais de 800 quilômetros até a cidade de Santiago de Compostela, tombada pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, em 1992.