segunda-feira, 13 de abril de 2009

Vida Marinha - Imagens II


Mais imagens da vida marinha...












EUA colocarão fim na ameaça de piratas somalis...


O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta segunda-feira,13, que o país está disposto a pôr um fim na ameaça da pirataria no Oceano Índico.

No domingo, atiradores da marinha americana mataram três piratas que sequestraram o capitão de um navio dinamarquês com tripulação americana. Um quarto corsário que havia se rendido foi preso e será indiciado pela Justiça americana.

O vice almirante da marinha americana William Gortney disse nesta segunda-feira que foram necessários três tiros para matar os três piratas. "Eles colocaram as cabeças e os ombros a mostra. Estava escuro mas nossos atiradores são extremamente bem treinados", contou.

Richard Phillips, capitão americano do navio, foi libertado no domingo pela Marinha dos EUA, numa operação que terminou com três corsários mortos e um capturado. Segundo a emissora de TV CNN, Phillips teria saltado na água, permitindo que os militares americanos abrissem fogo contra o bote que era usado como cativeiro. Os três sequestradores que estavam a bordo morreram no ataque e um quarto foi detido enquanto negociava o pagamento de um resgate de US$ 2 milhões a bordo do destroier Bainbridge, da Marinha americana. O capitão foi retirado ileso da água.

Autoridades americanas revelaram que o presidente dos EUA, Barack Obama, deu ordens para que a Marinha atacasse nas duas vezes em que foi consultado pelo Pentágono. "Eu partilho da admiração que o país tem pela bravura do capitão Phillips", disse Obama. "Sua coragem é um modelo para todos os americanos."

Ameaça dos piratas

O chefe dos piratas somalis ameaçou atacar americanos em vingança pelo resgate, no domingo, 12, do capitão do navio dinamarquês durante operação da Marinha dos Estados Unidos. A embarcação tinha sido sequestrada há quatro dias na costa da Somália. Três piratas foram mortos e um detido durante a operação.

"Os americanos mentirosos mataram nossos amigos depois que eles concordaram em libertar os reféns sem resgate, mas devo dizer que este assunto vai levar a retaliações e vamos caçar particularmente cidadãos americanos que viajarem em nossas águas", disse Abdi Garad por telefone à agência de notícias AFP.

"Nunca é o fim do mundo e vamos intensificar nossos ataques até muito longe das águas da Somália, e da próxima vez que tivermos cidadãos americanos, eu desejo que eles não esperem nenhuma piedade de nós", declarou o chefe pirata.

Luta

Phillips e outros 19 tripulantes do Maersk Alabama - um cargueiro da empresa dinamarquesa Moller-Maersk que levava 400 contêineres com ajuda humanitária para Mombasa, no Quênia - foram rendidos na quarta-feira em alto mar, na costa da Somália.

Os quatro piratas que participaram do ataque chegaram a assumir o controle do cargueiro por algumas horas. Mas, quando os tripulantes perceberam que o navio estava sendo abordado, esconderam-se numa área segura e esperaram por uma oportunidade que permitisse o contra-ataque.

Os 20 tripulantes lutaram com os piratas no deck do navio. No confronto, um marinheiro chegou a esfaquear a mão de um dos piratas. Pegos de surpresa, os criminosos abandonaram o cargueiro a bordo de um bote salva-vidas, levando consigo o capitão do navio.

Na sexta-feira, Phillips chegou a tentar uma primeira fuga a nado, mas foi impedido por um dos sequestradores. Na segunda tentativa, ontem, os militares americanos conseguiram agir a tempo e dispararam contra os sequestradores assim que Phillips pulou no mar.

Fonte: www.estadao.com.br

Fotografias de fantasmas: Como fazer



Desde os primórdios da fotografia muitos crentes têm tratado de respaldar a existência da vida após a morte com fotos de fantasmas. Usando truques engenhosos - alguns nem tanto - criam imagens que podem parecer muito surpreendentes a pessoas sem conhecimento apropriado destes métodos.

Em detrimento da suposta autenticidade das fotografias de fantasmas está a facilidade de sua realização e também suas características, que são inconsistentes com as que uma pessoa poderia esperar ao fotografar um espírito desencarnado.

Tipicamente fotos trucadas podem ser descobertas através de erros em sua realização e pelos "testemunhos" que as acompanham. Neste artigo descreveremos quais são as técnicas mais freqüentes para trucar este tipo de fotos com o propósito de poder emitir um juízo crítico a este respeito. Mas, antes disto, faremos alguns comentários gerais sobre o que mostram as fotos de fantasma típicas.

Radiação eletromagnética brincalhona
Um primeiro ponto que deve ser considerado se refere às histórias que acompanham as fotos: assegura-se que nenhuma das testemunhas viu qualquer coisa no momento de tomar a fotografia. Afirma-se que só depois da revelação do filme aparece uma imagem, uma sombra, um corpo parcial, uma luz, um ser translúcido, um borrão, ou qualquer anomalia que remete a uma manifestação sobrenatural. O que nos faria suspeitar imediatamente deste tipo de relatos é a sua incoerência com as leis naturais da física. E neste caso, nós não podemos justificar isto com a resposta simplista de que "os fantasmas não são governados pelas leis da física porque pertencem a planos superiores". De maneira alguma! As fotografias são suspeitas por causa do comportamento impossível da luz que a máquina fotográfica captura. Nós esclarecemos isto a seguir.

Os pigmentos dos filmes fotográficos são substâncias químicas sensíveis à luz. Tipicamente haletos e brometos de prata, ao receberem luz, mudam sua configuração química, alterando suas características óticas. O que a máquina fotográfica faz é focalizar a luz que adentra a câmera no filme fotográfico. Para isto se utiliza o sistema de lentes. Se o filme é impressionado com a imagem de um fantasma isto quer dizer que havia fótons de luz fantasmagórica que foram recebidos pela câmera. Mas isto acusa imediatamente a falsidade do testemunho. Se uma parte dos fótons foi suficiente para impressionar o filme fotográfico, deveria necessariamente ter impressionado o olho das testemunhas, uma vez que o olho humano é muito mais sensível que os filmes fotográficos comuns. Isto é evidente a qualquer pessoa, porque em muitas situações em que podemos ver sem qualquer problema, é necessário um flash para que o filme registre a imagem: temos mais sensibilidade à luz que um filme fotográfico.

Surge assim uma impossibilidade física: haveriam fótons captados pela máquina fotográfica mas não captados pelo olho. Isto contraria tudo que conhecemos sobre o comportamento da luz. E note-se que nós não estamos falando das propriedades do fantasma: estamos nos referindo exclusivamente às propriedades da radiação luminosa. Uma radiação assim seria uma luz inteligente, brincalhona, que tomaria direções, evitando os olhos das testemunhas, para entrar diretamente pela lente da câmera. Isto é tão absurdo que o relato de testemunhas que não vêem nada até que se revela a foto é uma indicação direta de fraude fotográfica.



O museu fantasmagórico
Um segundo ponto a considerar é o da tremenda disparidade nas manifestações espectrais que supostamente são capturadas pela câmera. De seres humanos completamente nítidos e com aparência sólida, até traços estranhos de luz, passando por figuras humanas incompletas, seres translúcidos, figuras nebulosas, brilhantes, etc.. Afirma-se que todos estes tipos de imagens representam as aparições de espíritos desencarnados do além.

É inconcebível que as imagens de um mesmo fenômeno (espíritos), capturados por um mesmo tipo de dispositivo (filme sensível com base em haletos e brometos de prata, usando sistemas de lentes), possa exibir semelhante disparidade de manifestações. Todos estes tipos diferentes de fantasmas trazem à mente a exibição de espécimes variados em um museu.

Poderia-se alegar que alguns destes documentos fotográficos representam fases diversas de aparições fantasmagóricas, mas frente a isto se pode argumentar o seguinte: as fotos que mostram seqüências fantasmagóricas, com nuvens difusas que se compactam para formar figuras nítidas, são claramente fraudes desacreditadas inclusive pelas associações parapsicológicas. A figura final acaba sendo tão semelhante a um recorte de papel que a hipótese dessas "fases" não é muito apoiada por elas. Por outro lado, têm-se supostos testemunhos de fantasmas que não mudam de forma durante o tempo que dura o suposto fenômeno, e eles apresentam a mesma disparidade de aspecto.

A alta variabilidade nas imagens aponta mais à capacidade humana de realizar fraudes que à unicidade de um mesmo fenômeno.

Fantasmas pudicos
Um último aspecto que gera curiosidade em alguém com espírito crítico é o pudor ou o puritanismo destes espíritos. Um provérbio popular é bastante sábio: "nada trazemos a este mundo e dele nada se leva": se viemos nus em pêlo e o que se vai é o espírito, então este também deveria partir nu. Até onde sabemos, ninguém postula que as roupas têm "alma" e que a alma dos trajes vai fiel, tal qual um cachorro atrás de seu dono, até a outra vida. Então é muito suspeito que os primeiros fantasmas fotografados, justamente na era vitoriana, apareceram embrulhados em roupas espalhafatosas, típicas da época. Seria um escândalo social completo o oposto: que os fantasmas andassem por aí nus!... Não faltaria outra coisa! Que mau gosto!... Onde ficaria a educação das pessoas "decentes" quando morriam?

Desde então, praticamente todas as fotografias exibidas como provas dos fantasmas mostram seres com roupas da moda na época de sua suposta morte, ou vestem roupas típicas de sua vida. Alguns aparecem com um absurdo lençol com dois buracos na altura dos olhos... é triste a deterioração mental que estes indivíduos sofrem ao morrer, que os leva a perder o bom gosto em se vestir!... Outros espectros, geralmente as senhoras, aparecem com vestimentas vaporosas semelhantes às que se mostram nos contos de fadas... O caso é que de maneira alguma podem faltar ao bom gosto. Assim, todas estas imagens falham em algo que deveria ser óbvio: se o espectro fosse humano e aparecesse nitidamente, não deveria apresentar vestimentas; um fantasma assim deveria levantar suspeitas imediatamente. É claro que uma mente crédula não notará estes detalhes.

Facilidade de falsificação
Talvez o maior problema que confronta as supostas fotografias autênticas de fantasma é o modo tão fácil como podem ser criadas fotos trucadas que competem em qualidade com elas. Acabam sendo, no pior dos casos, indistinguíveis, e no melhor, muito mais convincentes que as que os crentes postulam como fotos autênticas.

Neste caso, a navalha de Occam oferece seu veredicto. Diante de duas explicações oferecidas, que são "as fotos são manifestações de espíritos" e "as fotos foram habilmente trucadas", você escolhe sempre a hipótese que explique melhor as características do fenômeno. No caso de ambas explicações funcionarem igualmente bem, você escolhe a mais simples... Neste caso não é nem mesmo necessário passar à segunda fase. As fotos espectrais são explicadas muito melhor como fraudes que como aparições reais. Além disso, conhecido o número de fraudes neste campo, nenhuma evidência pode ser tomada como válida até que se descarte por completo qualquer tipo de falsificação. Afirmações extraordinárias requerem uma prova extraordinária.

Métodos tradicionais de falsificação
Chegando a este ponto podemos passar para explicar os métodos mais comuns para fabricar fotos de supostos fantasmas. Alguns estão baseados no uso de uma dupla exposição do filme, outros se valem de recortes de figuras de papelão, outras de ilusões óticas e, na atualidade, pelo enorme avanço dos computadores é feito uso dos programas modernos de manipulação digital de imagens. Veremos na continuação os métodos mais comuns.

1. Varrido
É alcançado deixando aberto o obturador da máquina fotográfica durante um tempo prolongado (vários segundos). Durante deve-se deixar estático o que se quer que apareça de forma natural, e em movimento o que se deseja que pareça fantasmagórico. De forma que o filme não "queime", o diafragma da máquina fotográfica deve ficar mais fechado que o habitual para uma dada sensibilidade da película.

Há dois exemplos de Varrido nas figuras 1 e 2. Na figura 1, o autor deste artigo aparece com camiseta branca. À direita inferior da foto aparece sua sombra (não confundir isto com o fantasma). Do lado esquerdo da imagem, e passando por detrás do autor, há uma figura fantasmagórica cinzenta que ergue uma mão sobre sua cabeça. Muitas fotografias de espectros se parecem bastante com esta.



Para realizá-la, abriu-se o obturador e o personagem de camiseta branca permaneceu estático; ao mesmo tempo Diego Cuartas, quem fez o papel de fantasma, se moveu em direção erguendo uma mão atrás da cabeça do de branco. Como o personagem que em movimento se desloca durante a tomada, há áreas da imagem que ocupam apenas um momento e que depois são expostas com a parede do fundo. Esta é a razão pela qual a figura fantasmagórica fica translúcida.



Outra imagem semelhante aparece na figura 2. Nela, o autor está sentado ao fundo lendo um livro. Diante dele se movimentou um fantasma (papel realizado por Paola Barrientos). Para fazer a tomada, Paola caminhou enquanto o obturador estava aberto, tempo durante o qual o autor ficou imóvel. O varrido permite que o fantasma apareça entre os outros objetos da tomada. Neste caso, passou entre o autor e um assento em primeiro plano.

Embora estas fotos sejam as mais fáceis de trucar, não oferecem resultados muitos estéticos em geral. O método seguinte dá resultados muito mais bonitos.

2. Dupla exposição
Para tirar uma foto de dupla exposição, a forma mais simples é a seguinte: Primeiro se fixa a câmera fotográfica de forma que não se mova durante o processo. Se não for bem fixa, a imagem pode sair borrada. Então se prepara a cena que se fotografará. Quando estiver pronta, abre-se o obturador da máquina fotográfica durante um primeiro intervalo ao redor de um segundo.

Nas máquinas fotográficas normais, quando se fecha o obturador o filme avança para preparar uma nova tomada. Isto não é desejável, já que nós queremos impressionar o filme novamente, agora com o fantasma na mesma cena. Esta é a razão pela qual se usa um pano preto e opaco para cobrir a lente da máquina, sem fechar o obturador. Quando a lente estiver coberta pelo pano, o fantasma pode entrar na cena. Coloca-se o ator na posição adequada e a lente da máquina fotográfica é descoberta. Permite-se que a nova cena impressione o filme durante outro segundo e por fim, se fecha o obturador.

A figura 3 mostra um exemplo dos resultados desta técnica.



Os resultados desta técnica são tão claros que o fantasma da fotografia, personificado por Paola, aparece translúcido diante do automóvel, assim como seu reflexo na porta e janela do carro. É claro que, para um olho crítico, que Paola apareça com vestimentas deveria ser uma indicação clara da falsidade da foto. Para remedia-lo pode-se fazer a mesma coisa que foi feita nas figuras 4 e 5. O fantasma "em trajes de Eva" daria mais credibilidade às fotos.






Note que similar ao varrido, este método permite que o fantasma apareça entre vários elementos da cena que a figura gere erros de montagem. Também permite que o fantasma interaja com os elementos normais da tomada: na foto 5, o fantasma apóia a mão no ombro da pessoa sentada.

3. Ilusões óticas
Alega-se que algumas fotografias que mostram figuras humanas incompletas são de origem sobrenatural; geralmente faltam partes do inferior do corpo do suposto fantasma. Estas imagens podem ser tomadas tirando proveito de peculiaridades de perspectiva e de ilusões óticas. Por exemplo, a fotografia 6 mostra a metade superior do "espectro" do autor, passando atrás de uma árvore.



Se o leitor desejar, pode pensar um momento em como a imagem poderia ser feita... A explicação é simples: as pernas do autor estão atrás do tronco da árvore; o que aparenta ser o abdômen do "fantasma" é na realidade a mão esquerda do autor, esticando a camisa para frente. Embora simples, o efeito é surpreendente e ilustra o princípio básico de algumas fotos de fantasma supostamente genuínas.

Fantasmas digitais
Embora os métodos tradicionais de trucagem de fantasmas sejam suficientes para obter resultados assombrosos e convincentes quando se utiliza uma atmosfera apropriada, hoje em se dispões de tecnologia abundante para alcançar efeitos tão ou mais impressionantes. O computador, junto com um bom software de manipulação de imagens permite fazer o mesmo tipo de fotos que se explicaram anteriormente.

1. Dupla exposição digital
Obtém-se fundindo um par de fotografias digitalmente com a mesma cena: uma que inclua o fantasma e outra que não. O grau de transparência de cada imagem é ajustado até alcançar um resultado convincente. A figura 7 ilustra este método.



Nesta figura se utilizou o programa Paint Shop Pro para mesclar as duas fotografias. Na primeiro se fotografou o cenário, incluindo o indivíduo de cinza, e na segunda se tomou exatamente a mesma cena, mas incluindo a atriz que fez o papel de fantasma. Ao mesclar os quadros digitalmente, a área da imagem ocupada pela "fantasma" permite ver também a imagem do fundo, já que na primeira foto não aparecia a atriz. Isto dá como resultado que o espectro aparece translúcido. Nas outras áreas não há nenhum tipo de transparência, já que ambas fotografias apresentam a mesma imagem.

2. Retoque digital.
Pode-se utilizar o computador para fazer desaparecer partes do corpo de um indivíduo em uma tomada, com o propósito de lhe dar um caráter fantasmagórico. A figura 8 ilustra uma tomada muito normal, exceto por enfermeira na parte direita da imagem. Se você a olhar com atenção verá que flutua no ar sem pernas.



Nesta tomada uma das pernas da enfermeira está atrás do tronco de árvore. A que deveria estar à frente foi apagada copiando digitalmente a grama e o chão cinza que aparecia aos lados do pé. O método da ilusão ótica pode se combinar com o de retoque digital. Por exemplo, a figura 9 amostra a materialização parcial do autor na qual estão faltando os pés.



Esta foto foi feita facilmente: uma foto com alta velocidade do obturador (1/1000 s), enquanto a pessoa saltou e dobrou os pés para trás. A velocidade da tomada congela completamente o movimento. Certamente, como o sol estava exatamente no zênite, as sombras das pernas dobradas seriam patentes; para corrigir isto, retocou-se a imagem digitalmente para apaga-las. A foto original pode se vista na figura 10. Compare a sombra projetada em ambas as imagens.



As fotografias de fantasmas são muito fáceis de preparar. Não se requerido tecnologia muito avançada nem conhecimentos muito profundos. De métodos rústicos, até métodos digitais, a quantidade de truques a que se pode recorrer torna muito fácil o trabalho de dotar de um "respaldo fotográfico" o testemunho de qualquer brincalhão ou qualquer mitômano que queira ser o centro das atenções.

O autor espera que esta exposição de técnicas dote o leitor do conhecimento básico para reconhecer a técnica usada em qualquer uma das fotografias supostamente autênticas que pululam nos livros sobre o paranormal e que circulam pela Internet. Inclusive, pode pôr mãos à obra. É muito divertindo criar este tipo de imagens, e algumas podem ser verdadeiramente artísticas. Caso possua uma câmera de boa qualidade, tempo e modelos que sirvam, pode descobrir muito edificante esta temática.

Se o leitor observar detidamente as fotografias deste artigo pode descobrir que as fotos mostradas aqui são ou indistinguíveis ou muito melhores que aquelas que se alega serem autênticas. Portanto, um "testemunho fotográfico" dos espectros é uma evidência muito simples, dista muito de ser a evidência extraordinária que se necessita para endossar este tipo de fenômenos.

Fonte: http://www.ceticismoaberto.com

Percepção Extra-Sensorial


Muitos acreditam que há algumas pessoas ("sensitivas" ou "psíquicas") que podem captar os pensamentos de outros e até mesmo transmitir seus próprios pensamentos para outros.

Esta comunicação mente-a-mente direta é freqüentemente descrita como instantânea e independente da distância. Proponentes às vezes alegam que todas as pessoas têm esta habilidade até certo ponto, e que isto explica muitos eventos curiosos na vida diária, como sonhos aparentemente pré-cognitivos. O termo genérico para esta alegada habilidade é percepção extra-sensorial, ou PES (às vezes chamada "psi", como a letra grega). Parapsicologia é o termo usado para o estudo sério de tais alegações. Até agora, a parapsicologia parece ser uma ciência que nem mesmo pode demonstrar que seu objeto de estudo existe, muito menos oferecer explicações para ele.

As alegações para a PES entram em quatro categorias gerais:

Telepatia - a consciência de uma pessoa de pensamentos de outrem, sem qualquer comunicação por canais sensoriais normais.

Clarividência - conhecimento adquirido de um objeto ou evento sem o uso dos sentidos.

Precognição - conhecimento que uma pessoa pode ter dos pensamentos futuros de outra pessoa, ou de eventos futuros.

Psicocinese - a habilidade de uma pessoa de influenciar um objeto físico ou um evento, somente pensando sobre ele. (Alguns investigadores consideram a psicocinese como uma parte do psi, mas não estritamente "percepção" extra-sensorial).

A evidência citada para a PES é normalmente anedótica. Porém, às vezes é alegado que testes científicos em instituições de pesquisa respeitadas têm demonstrado de forma conclusiva que a PES existe; ou testes do governo têm provado ela; ou que os russos estão " trabalhando duro" nisto, etc. Às vezes os proponentes citam experiências específicas como tendo confirmado a existência da PES. Na realidade, é a opinião essencialmente unânime de psicólogos que a existência da PES não foi demonstrada. Todas as experiências proceduralmente válidas e reproduzíveis não têm demonstrado a existência da PES.

(Ver Hansel, Alcock, Marks e Kammann, e Druckman e Swets para revisões detalhadas das experiências mais conhecidas.) Nós consideraremos primeiro por que a existência da PES é uma alegação tão extraordinária, dado o estado atual de nosso conhecimento sobre o mundo, e então revisaremos as experiências principais que se alega apoiarem a existência da PES.


A inconsistência entre as alegações de PES e o conhecimento científico

Podem ser levantadas perguntas sobre todo aspecto da PES. A existência da habilidade de PES em humanos (ou animais, se for assim) não seria consistente com qualquer coisa que nós sabemos sobre a natureza-- seja do ponto de vista da física ou da fisiologia humana. Consideremos os aspectos fisiológicos primeiro.

Todos os animais superiores mostram a mesma organização fundamental de seus sistemas sensoriais. As células especializadas (neurônios) que formam o sistema nervoso central (SNC) do homem e de outros animais superiores são em si mesmas insensíveis a estímulos sensoriais. Para cada tipo de estímulo importante no ambiente, animais evoluíram órgãos sensoriais altamente especializados. Cada tal órgão do sentido contém células únicas, altamente adaptadas que às vezes são chamadas "transdutoras". Cada estímulo no ambiente envolve um tipo especial de atividade celular. Visão envolve detecção direta de partículas de luz (fótons). Audição envolve detecção direta de movimento de onda organizado de moléculas de ar. Olfato e paladar envolvem detecção direta de formas moleculares. Órgãos sensoriais (olhos, orelhas, nariz) apoiam as células especializadas para detectar fótons, movimento molecular, e formas moleculares diretamente. Estas células geram impulsos que viajam ao longo de fibras nervosas e que são processados então em áreas de troca e codificação intermediárias, alcançando o cérebro finalmente em uma forma que ele pode interpretar.

O próprio cérebro é insensível a informação sensorial. Se uma pessoa abrisse um crânio e expusesse o cérebro vivo à luz, som, calor, cheiros, etc., o cérebro estaria totalmente desavisado da aplicação destes estímulos em seus tecidos. Por razões óbvias, os órgãos sensoriais que contêm as células transdutoras ficam situados na ou perto da superfície do corpo em todos os animais, inclusive humanos. Quando nós aplicamos esta regra universal de natureza sobre entrada de informação no cérebro para alegações de telepatia, nós nos vemos em maus panos de todas as formas. Assuma que o cérebro de uma pessoa irradia algum tipo de "algo" enquanto ela pensa. Como o cérebro de outra pessoa saberia sobre isto? Em nenhuma parte na superfície do corpo há um órgão especializado que parece faltar uma função, e que contém celas transdutoras sensíveis a "forças desconhecidas." Nem, ao contrário do mito popular, há qualquer área grande do cérebro cuja função é desconhecida, e que poderia ser responsável por recepção e interpretação de sinais do órgão de PES hipotético.

Além disso, no curso da evolução muitos tipos de animais desenvolveram sentidos extremamente aguçados de um tipo ou outro (i.e., comparados aos dos seres humanos). Cachorros têm um olfato muito mais altamente desenvolvido que os humanos; falcões e águias, visão mais aguçada; morcegos, uma faixa de audição muito maior, etc. Onde está o animal que tem um sentido PES muito mais altamente desenvolvido que os humanos? A habilidade de sentir a presença de animais predatórios que não podem ser vistos, ouvidos, ou cheirados conferiria vantagens enormes a seus possuidores que a evolução deveria ter feito a PES tão comum quanto pêlos, garras, e narizes úmidos. Isso não aconteceu. Poderia ser que nenhum órgão de sentido assim existe porque não há nenhum estímulo para o órgão detectar?

Algumas pessoas argumentam que só os seres humanos são capazes de comunicação PES; ou que só certas pessoas, especiais, têm tal dote. Anatomia comparativa não mostra qualquer evidência para a primeira afirmação. Não há nenhuma informação relativa à segunda noção.

Um proponente da PES poderia dizer que a telepatia difere de todos os outros sentidos de forma que o próprio cérebro é o órgão do sentido telepático. Neste caso o estímulo detectado requereria o poder penetrante de radiografias ou radioatividade nuclear para poder passar pelo crânio e alcançar o cérebro! Isto nos leva ao reino da física, onde a PES se sai tão mal quanto no reino da fisiologia.

Físicos descobriram, em 400 anos de procura, apenas quatro forças fundamentais na natureza: gravidade, força eletromagnética, e as forças nucleares fortes e fracas. Todas as interações entre um pedaço de matéria e outro podem ser entendidas e precisamente descritas em termos destas quatro forças apenas. Porque elas são agora entendidas bem, nós sabemos que nenhuma delas poderia ser responsável pelos estímulos hipotéticos da PES. O que dizer então de uma força nova, desconhecida para a ciência? Uma força suficiente para responder pela PES quase certamente não existe pela mesma razão que você pode ter bastante certeza que não há nenhum elefante no quarto com você enquanto você lê isto. Não há espaço para ele! Se tal força existisse, tudo seria diferente de como nós vemos agora, porque a força afetaria tudo de algum modo. (Reivindicar que não teria nenhum efeito observável é equivalente a reivindicar que não existe). Além disso, todas as interações na física diminuem com o quadrado inverso da distância entre os objetos interagindo (ou até mais rápido). Todas estas interações se propagam na ou abaixo da velocidade de luz. Proponentes, em efeito, dizem que a PES viola estas leis universais.

Isto nos traz a outro ponto que raramente é compreendido por proponentes da PES. Nós sabemos que a radiação eletromagnética existe em uma gama vasta de freqüências e comprimentos de onda que nós não enxergamos porque não temos nenhum órgão sensorial que detecte tal radiação. Nosso conhecimento da existência de tal radiação não depende do nascimento acidental de "sensitivos" que podem de alguma maneira descobrir ondas de rádio diretamente. Ninguém pode descobrir estas ondas diretamente; não há nenhum órgão sensorial para elas dentro de qualquer animal. Nós construímos transmissores mecânicos e detectores para ondas de rádio; nós podemos construí-los para ser tão sensíveis e flexíveis quanto desejarmos.

Se a radiação PES existisse, as perguntas de se os humanos poderiam ou não detectá-la seriam irrelevantes. Ela poderia ser estudada muito mais precisamente e cuidadosamente com instrumentos científicos sensíveis que poderia por seres humanos que são facilmente cansados ou estão freqüentemente mal-humorados. Mesmo assim crentes em PES nunca tentam usar tal instrumentação. Poderia ser que os sinais buscados não existem exceto nas mentes de certas pessoas que foram condicionadas a acreditar que algo deveria passar por tais canais? É uma característica de toda pseudociência, não só em estudos de PES, que nunca nenhum processo físico real é descoberto ou estudado. O que é normalmente estudado são alegações não-verificadas, anedóticas da Senhora Whiffle, o médium, ou Uri Geller, o ilusionista israelita, ou a Tia Tillie que se lembra desta coisa engraçada que uma vez aconteceu a ela.

Em vez de procurar pela PES no universo de fenômenos reais, crentes de PES tendem a olhar nos mesmos lugares antigos: em histórias sobre como a Tia Maude "simplesmente sabia" que o Tio Bruce estava em dificuldade, e certamente, ele estava na prisão; ou em jogos de adivinhar cartas nos quais qualquer mágico amador pode se sair bem usando nada mais que percepção sensorial sutilmente disfarçada. Mas anedotas e jogos de sala de estar não são experiências. Quais foram os resultados quando pessoas que supostamente mostram habilidade de PES são testadas dentro de protocolos científicos apropriados?


A evidência experimental para a PES

O problema experimental para pesquisa de PES é que mesmo seus proponentes concedem que não há nenhuma evidência clara e afirmativa para sua existência. Ao invés, a existência de PES chegou a ser definida negativamente, como a ausência de qualquer explicação alternativa para um desvio estatístico de uma linha base de chances. Sujeitos testados para habilidade de PES tipicamente são pedidos para adivinhar o resultado de eventos fortuitos sob condições onde eles não deveriam ter nenhum conhecimento sensorial do evento de fato. Coleção de dados precisa, eliminação de preconceito de experimentador, randomização adequada, controles apropriados e análise estatística correta tornam-se assim críticos. Os estudos de PES principais ainda não alcançaram estes critérios mínimos:

As Experiências de Rhine: Joseph Banks Rhine, botânico na Universidade Duke, conduziu experiências de PES nos anos 30. Rhine fez os "cartões de PES" famosos por seu uso em experiências de adivinhação. Rhine alegou em seu livro de 1934, Percepção Extra-sensorial, ter achado evidência esmagadora da PES. Porém, outros psicólogos não puderam reproduzir os resultados dele, e é agora amplamente concedido que as experiências de Rhine foram mal projetadas e permitiam vazamento de informação entre os sujeitos e o experimentador.

As experiências de visão-remota SRI: Nos anos 70, os físicos Harold Puthoff e Russell Targ conduziram experiências na SRI International que eles reivindicaram mostravam sujeitos que podiam essencialmente "ver" um lugar remoto através dos olhos de outra pessoa. O grupo designado visitaria locais fortuitamente como um shopping ou um aeroporto, enquanto o experimentador pedia ao sujeito para descrever suas impressões.

Obviamente, decidir se as impressões do sujeito combinavam com a cena designada envolvia algumas decisões subjetivas.

Falhas metodológicas também infestaram a pesquisa, e outro experimentadores não puderam reproduzir os resultados. Como o relatório do Conselho de Pesquisa Nacional coloca: "Tanto por padrões científicos quanto por parapsicológicos, então, o caso a favor da visão-remota não só é muito fraco, mas virtualmente inexistente". (Druckman e Swets, pág. 184).

Pesquisa em geradores de números aleatórios: Geradores de números aleatórios (RNGs) foram usados em pesquisa PES tanto para testar clarividência ou precognição, quanto, mais comumente, para testar a habilidade psicocinética de um sujeito para influenciar mentalmente o resultado de um RNG de forma que ela produza uma seqüência não-fortuita. O último realmente seria notável, dado o que nós sabemos sobre as leis da física.

Porém, muitos destes experimentos produzem resultados além da expectativa de probabilidades, assim algum efeito está operando. Do ponto de vista dos céticos, todas as experiências são questionáveis por causa da imperfeição da randomização dos resultados de RNGs. Isto é, o próprio gerador de números aleatórios não é idealmente aleatório, e sua predisposição também deve ser medida e deve ser levada em conta. O Relatório do Conselho de Pesquisa Nacional conclui que depois de 15 anos de pesquisa, apenas uma entre centenas de experiências apresentava os critérios mínimos de aceitabilidade científica, e essa experiência rendeu resultados de significação apenas marginal.

As experiências Ganzfeld: Estas experiências são nomeadas pelo termo usado por psicólogos Gestalt para designar o campo visual inteiro. Sujeitos de teste usam metades de bolas de pingue-pongue sobre os olhos enquanto ruído branco toca em fones de ouvido. Neste estado de privação sensorial, um remetente tenta comunicar psiquicamente um objetivo fortuitamente selecionado ao sujeito. O sujeito é posteriormente pedido para combinar suas percepções aos objetivos. Experiências de Ganzfeld provavelmente foram as mais cuidadosamente conduzidas -- e cuidadosamente examinadas -- de todas as experiências PES. Mesmo assim, a pesquisa falhou em produzir resultados que convencem os psicólogos de que a PES existe.


Em resumo, não foi demonstrada a existência da PES seja na vida cotidiana ou no laboratório. Além disso, as alegações para a PES vão contra as leis bem estabelecidas, bem-testadas da natureza. Para ser consistente com as regras pelas quais realidade é regulada, a PES requereria órgãos altamente especializados e elaborados para enviar e receber radiação PES --órgãos que não são evidentes. A radiação PES deveria ser diretamente detectável e capaz de estudo através de instrumentos sensíveis. Tais instrumentos não existem porque tal radiação não existe em qualquer forma reconhecível. Quanto mais minuciosamente a PES é estudada no laboratório, menor seus efeitos se tornam. A PES, se existir, é claramente muito fraca. Está ficando mais difícil para seus proponentes distinguir entre não-existência e um efeito que é tão escassamente pequeno que não poderia ter nenhuma conseqüência prática.

[Este texto foi escrito por John A. Thomas (jathomas@netcom.com). Está originalmente baseado em material escrito pelo Prof. Rory Coker da Universidade do Texas em Austin e a Sociedade Austin para Deter a Pseudociência.]

Fonte: original em REALL (Rational Examination Association of Lincoln Land)
Preparado pelos North Texas Skeptics.