domingo, 24 de maio de 2009

A Serra do Roncador



Consiste em uma área de relevo íngreme e acidentado situada ao meio da floresta amazônica no estado do Mato Grosso, se estendendo desde o município de Barra do Garças até a Serra do Cachimbo, no estado do Pará.

O nome "Roncador" vem do fato do vento passar pelos paredões rochosos durante a noite, produzindo um som grave que se assemelha ao ronco de uma pessoa dormindo. Em Nossa viagem passaremos por Barra do Garças, Nova Xavantina e Campinápolis, onde fica a Aldeia do Índios Xavantes.

As primeiras notícias da região que hoje compreende Nova Xavantina vêm de meados do século XVII. Bandeiras como a de Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, e Pires de Campos percorreram a área por volta de 1660, capturando índios para depois vendê-los como escravos.

Estas expedições foram responsáveis pelo surgimento da lenda da Serra dos Martírios, um lugar fantástico indicado por formações geográficas que lembravam os martírios de Cristo, onde haveria muito ouro de superfície. O local descrito pelos bandeirantes nunca foi encontrado, mas rapidamente surgiram pequenas vilas garimpeiras, como a de Araés, ao longo do Rio das Mortes.

Entretanto, com o fim do ouro de lixiviação, os povoados logo foram abandonados. Somente em 1944, com a chegada da Expedição Roncador-Xingu, começou a ser erguida uma nova cidade.

Em 28 de fevereiro daquele ano, um dos expedicionários avistou – de cima de um “pau d’óleo”, tipo de árvore típica da região – o Rio das Mortes. Em torno desta árvore foi construído o acampamento de Xavantina, nome escolhido pela Expedição em homenagem aos Índios Xavantes, habitantes originais do lugar.

A Serra do Roncador, é uma área muito valorizada pelos seguidores de seitas místicas. Foi nesse local que, procurando pela civilização perdida de Atlântida, o Coronel Percy Fawcett desapareceu misteriosamente, dando origem a muitas lendas.

Acredita-se que seres evoluídos possuem cidades subterrâneas cujas entradas ficam escondidas no meio da serra. Ao meio da serra há um lago chamado de "o Portal". Essa Lagoa é misteriosa por possuir águas extremamente cristalinas e não haver nenhum ser vivo dentro dela. Segundo a crença esotérica, deve-se mergulhar nesta lagoa para se ter acesso a Atlântida.

Outro acesso seria uma enorme rocha de cristal perfeitamente redonda e transparente, medindo aproximadamente 10 metros de diâmetro. Os ancestrais dos Índios Xavantes, utilizavam essa rocha como espelho.

Para se entender melhor sua história é preciso esclarecer certos fatos na vida de Fawcett. Logo no início do século XX, ele serviu no Ceilão (antigo Sri Lanka) e foi vice-rei da Índia. Dizem que nesse período participou de diversos rituais tibetanos e começou a se interessar cada vez mais por esoterismo. As primeiras andanças do coronel pela América do Sul foram em 1906/1907, quando ele esteve nos Andes e na Amazônia Boliviana.

A partir daí organizou sucessivas expedições (1910, 1911, 1913...) pelo continente até o seu sumiço, na década de 1920. O que ele procurava ninguém sabe ao certo. Fawcett ganhou de Sir H. Rider Haggard, autor do livro As Minas do Rei Salomão, uma estatueta que tinha indicações para se encontrar a embocadura de uma cidade subterrânea na Serra do Roncador. “Ele estava à procura de uma civilização remanescente de Atlântida, que desapareceu 9mil anos antes de Cristo”.

O documento 512, conservado na Biblioteca Nacional, descreve ruínas gigantescas e inscrições cuneiformes encontradas no século XVII por um grupo de tropeiros vindos da Bahia. Fawcett obteve uma cópia desse material, o que o ex-senador, Valdon Varjão, diz que “encaixou como uma luva, pois provava que a tal cidade perdida estava no maciço central brasileiro”.

São várias as versões que explicam o desaparecimento do explorador, algumas até um tanto fantásticas. Uma reportagem publicada no jornal Folha da Noite, em abril de 1937, trazia relato de um caçador suíço chamado Stephan Rattin. Ele dizia que encontrou Fawcett prisioneiro dos “índios morcegos”, no interior do Mato Grosso.

Algumas comunidades místicas acreditam que Fawcett cumpriu seus objetivos, achando uma embocadura, ou entrada para a tão procurada cidade intraterrena. Para estas pessoas, isto está comprovado por meio de mensagens que o Coronel enviaria regularmente falando sobre sua vida no interior da terra.

Envolto em mistérios, o destino do militar britânico continua obscuro. Do pouco que existe de concreto sobre o assunto, sabe-se que Fawcett estava confiante no sucesso de sua expedição. Na última correspondência enviada a sua esposa, ele afirmava: “Vou me encontrar com índios selvagens em breve, mas você não deve temer nenhum tipo de fracasso”.

Fonte: conscienciacosmica.com.br